Educação, segundo o dicionário
Aurélio (1988), é o processo de desenvolvimento da capacidade física,
intelectual e moral do ser humano. Sendo assim, a tarefa de educar os filhos
torna-se a maior missão, mais trabalhosa e até mais estressante dos pais, mas é
também seu ato mais importante, duradouro e significativo, refletindo até as
futuras gerações. No entanto, não há praticamente nenhuma preparação ou treino,
nenhum manual 100% eficaz para realizar esta tarefa. Como então cumprir esta
missão?
A educação dos filhos é um trabalho
singularmente pessoal originado de uma prática, de uma experiência pessoal que
são adquiridas com tempo. No convívio com os filhos aprende-se a conhecê-los
mais profundamente, saber do que eles precisam e gostam, levando os pais a descobrir
formas apropriadas de criá-los, promovendo assim, seu crescimento e
desenvolvimento. Portanto, antes de os pais ensinarem e educarem seu filho,
devem primeiro aprender com ele como fazê-lo, pois uma criança já nasce
preparada para ser filho, já os pais só aprendem como ser pai na prática. Ou
seja, é preciso muita observação e sensibilidade para realmente “apreender”
sobre os próprios filhos.
Tornando-se pais intencionalmente ou
inadvertidamente, a paternidade requer a manifestação do que há de melhor em
cada um. Busca-se ser uma pessoa melhor, para assim poder ensinar e educar da
melhor maneira possível, sendo esta tarefa, por si só, muito gratificante. Todo
este processo gera um ciclo, pois ao ensinar e educar, também nos tornamos
pessoas melhores. Porém, ser pai ou mãe é atividade intensa e diária, e requer
habilidade e manejo para lidar com diversas situações principalmente porque os
filhos pedem coisas que ninguém mais haveria de pedir ou querer, de uma maneira
que só eles fazem, e assim o fazem porque vêem seus pais mais de perto do que
qualquer outra pessoa.
Nossas vidas estão sempre em processo
de mudança, nunca estamos estagnados, porém, com a vinda de um filho as
mudanças ocorrem em uma velocidade muito maior, pois uma criança anuncia um conjunto
totalmente novo de solicitações e mudanças na vida de seus pais, exigindo até
que muitas coisas conhecidas sejam renunciadas assumindo-se outras tantas
desconhecidas, e cada filho, por ser único e diferente, exige novas e
diferentes mudanças a cada fase ou idade de suas vidas.
Sendo assim, não resta aos pais outra
alternativa para cumprir até o fim sua missão, além de assumir suas
necessidades de mudança, buscando primeiro conhecer, observar, “sentir” cada
filho, suas necessidades e desejos para então estabelecer a estratégia e as
práticas diárias para ensinar e educar!
Myla e Jon Kabat-Zinn (1998), em seu
livro Nosso Filhos Nossos Mestres, apresentam dicas para que os pais possam
perceber melhor sua relação com os filhos, como são, como pensam e como se
sentem enquanto filhos. Algumas delas são:
- Tente imaginar o mundo a partir do
ponto de vista de seu filho, abandonando deliberadamente o seu.
- Imagine como você é do ponto de
vista de seu filho, isto é, como é ter você como pai ou mãe. Como isso pode
modificar sua postura, o modo como você fala, o que você diz?
- Preste atenção às
expectativas que você tem em relação a seus filhos e veja se elas são realmente
o que há de melhor para eles. Preste atenção também ao modo como você manifesta
essas expectativas e como elas afetam seus filhos.
- Peça desculpas a seu filho quando
você tiver traído sua confiança ainda que de uma forma insignificante. Pedir
desculpas faz bem. Um pedido de desculpas mostra que você analisou a situação e
entendeu melhor, ou talvez do ponto de vista do seu filho.
- Cada filho é especial, e cada filho
tem necessidades especiais. Cada um vê as coisas à sua maneira.
- Há ocasiões importantíssimas em que
os pais precisam ser claros, fortes e inequívocos com os filhos. Tenha sempre essa
atitude, antes por consciência, generosidade e discernimento do que por medo,
rigidez ou desejo de controlar. Ser atento aos filhos não significa ser
excessivamente indulgente, negligente ou fraco. Nem significa ser rígido,
dominador ou controlador.
- O maior presente que você pode dar
a seu filho é você mesmo. Isto significa que parte de seu trabalho como pai ou
mãe é continuar desenvolvendo o autoconhecimento e a atenção.
Referências:
Kabat-Zinn, J.
& Kabat-Zinn, M. (1998). Nossos Filhos Nossos Mestres
– descobrindo como o convívio com os nossos filhos pode nos trazer alegrias
diárias. Rio de Janeiro: Editora Objetiva.
Ferreira, A. B. H. (1988). Mini
Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira
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