A Psicomotricidade Relacional foi criada por
André Lapierre, educador francês, na década de setenta. È uma prática
educativa, de valor preventivo e terapêutico, que permite crianças,
adolescentes e adultos, expressarem seus conflitos relacionais, superando-os
através do brincar, do jogo simbólico.
A finalidade da Psicomotricidade
Relacional é a de atuar sobre os fatores psico-afetivos relacionais
adquiridos na infância. Esses fatores estão diretamente vinculados a
dificuldades de adaptação no cotidiano e no convívio social. Esta prática
propicia a descoberta dos meios que facilitam o desenvolvimento global do SER.
O ineditismo do método reside no fato de que
a criança, através do lúdico consegue revelar, de modo natural, o que se passa
no seu mundo interior, sem necessidade de qualquer expressão verbal. Elas
expressam desejos, necessidades e dificuldades, sem se darem conta do que
acontece, fazendo o que elas mais gostam e sabem fazer: brincar. Para elas o
brincar é coisa séria e é brincando que as crianças estruturam o seu aparelho
psíquico, brincam para aprender e a simbolizar, portanto, o brincar já é uma
terapia.
Quando a criança apresenta, notadamente na escola,
condutas de: agressividade, inibição, hipercinesia, muita agitação,
dependência, falta de limites, TOC, medos, TDA/H (hiperatividade), frustrações, autoestima baixa, entre outros, tais fatores comprometem seu aprendizado.
A Psicomotricidade Relacional vai,
então, gerar estímulos para o ajuste positivo daqueles distúrbios
comportamentais, sociais e cognitivos: incentivando
o aprendizado, despertando o desejo de
aprender, melhorando a produtividade da criança,
superando medos, prevenindo
dificuldades de expressão motora, verbal ou gráfica, estimulando à criatividade, a atenção, a concentração, a
memória, elevando a autoestima, aceitação de limites, aceitação
de frustrações, resultando em mais desejo de aprender, pela
constante exploração de suas potencialidades. São valorizados os aspectos
positivos de sua personalidade, necessários à superação de suas dificuldades,
construindo, assim, o caminho rumo à sua autonomia. O método pode ser levado a escolas,
creches e clínicas e organizações.
“Eu tenho confiança na criança. Não quero destruir sistematicamente sua estrutura, não quero lhe dar outra. Somente quero ajudá-la a descobrir a sua, aquela que lhe permitirá se desembaraçar ao máximo de dependências e de conflitos neuróticos, de valorizar suas potencialidades, neste difícil equilíbrio entre a afirmação pessoal e o respeito aos outros”.
André Lapierre
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