REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL

Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil , no qual são apresentados aspectos relativos à importância do brincar para a criança pequena:
"Ao brincar de faz-de-conta, as crianças buscam imitar, imaginar, representar e comunicar de uma forma específica que uma coisa pode ser outra, que uma pessoa pode ser uma personagem, que uma criança pode ser um objeto ou um animal, que um lugar “faz-de-conta” que é outro. Brincar é, assim, um espaço no qual se pode observar a coordenação das experiências prévias das crianças e aquilo que os objetos manipulados sugerem ou provocam no momento presente. Pela repetição daquilo que já conhecem, utilizando a ativação da memória, atualizam seus conhecimentos prévios, ampliando-os e transformando-os por meio da criação de uma situação imaginária nova. Brincar constituise, dessa forma, em uma atividade interna das crianças, baseada no desenvolvimento da imaginação e na interpretação da realidade, sem ser ilusão ou mentira. Também tornam-se autoras de seus papéis, escolhendo, elaborando e colocando em prática suas fantasias e conhecimentos, sem a intervenção direta do adulto, podendo pensar e solucionar problemas de forma livre das pressões situacionais da realidade imediata.
 
Quando utilizam a linguagem do faz-de-conta, as crianças enriquecem sua identidade, porque podem experimentar outras formas de ser e pensar, ampliando suas concepções sobre as coisas e pessoas ao desempenhar vários papéis sociais ou personagens. Na brincadeira, vivenciam concretamente a elaboração e negociação de regras de convivência, assim como a elaboração de um sistema de representação dos diversos sentimentos, das emoções e das construções humanas. Isso ocorre porque a motivação da brincadeira é sempre individual e depende dos recursos emocionais de cada criança que são compartilhados em situações de interação social. Por meio da repetição de determinadas ações imaginadas que se baseiam nas polaridades presença/ausência, bom/mau, prazer/desprazer, passividade/atividade, dentro/fora, grande/pequeno, feio/bonito etc., as crianças também podem internalizar e elaborar suas emoções e sentimentos, desenvolvendo um sentido próprio de moral e de justiça. (BRASIL, 1998, p. 22-23).
 
Pelo exposto, podemos notar que o brincar vem sendo apontado nas pesquisas sobre a infância como fundamental na vida das crianças. As brincadeiras devem, portanto, estar presentes nas creches e pré-escolas. Observar as crianças brincando deve fazer parte da rotina dos adultos que acompanham e orientam os processos de desenvolvimento dos meninos e meninas que frequentam as escolas de Educação Infantil

 Brincar é natural na criança; facilita o seu crescimento harmonioso; desenvolve o relação com outros; uma forma de comunicação; ajuda a aprender a resolver conflitos e a lidar com as situações.
Infelizmente, hoje em dia muitas crianças perdem demasiado tempo em frente à televisão, computador e games, deixando para trás essa parte tão saudável e divertida da infância que é o ato de brincar.

Cada idade tem um modo de brincar específico e é em cada uma dessas fases que a criança aprende a diferenciar a realidade do imaginário.

 
Aprende também a separar o seu espaço do espaço do outro e a dar novos significados à realidade que a rodeia conforme o que assimila durante as brincadeiras.

Dos 7 aos 11 anos, mais ou menos, as brincadeiras passam essencialmente pelos jogos. A forma como a criança joga revela a sua personalidade e a forma como esta está estruturada para se relacionar com o mundo, ou seja, é claramente visível nos sentimentos que o ganhar ou perder lhe provocam.

Segundo alguns investigadores canadianos, "o jogo, embora não faça milagres, pode colaborar de maneira surpreendente para que alguém se estabeleça na vida". 
Acrescentam ainda, que o jogo é uma educação para a paz, ou seja, "ao mesmo tempo que lutam e constroem batalhões com pedras de encaixar, aprendem a controlar fúrias e a descobrir novas formas de estar".

 Assim, o brincar ajuda a "descomprimir" do dia-a-dia, onde a criança tem que aprender a integrar-se nos diferentes grupos. A sua vida é orientada por regras de comportamento, e é frequentemente sujeita a repreensões e chamadas de atenção.  
 
Daí que, por vezes, os saltos, as tropelias e os excessos os ajudam a libertar tensões acumuladas e os levam à exaustão - e a uma boa noite de sono!

Nenhum comentário:

Postar um comentário